segunda-feira, 16 de agosto de 2010

a sinfonia do encontro suave das mãos

Hoje ao voltar para casa estava dentro do ônibus, e quando ele parou em um determinado ponto pude ter o privilégio de me deparar com uma linda e delicada sinfonia. Um jovem casal cujo sonhos e futuros ainda estavam sendo escritos, um casal que mesmo com a turbulencia de sua geração, os tabus que cercam o assunto relacionamento, estavam lá juntos. Como uma boa pseuda-antropóloga vou dar um nome ficticio a meus objetos de análise(que no caso, é o casal). Vou chamar o menino de Felipe (que é um nome que eu gosto muito) e a menina de Júlia, já que acho esse nome bastante atípico! Sim, eu acho! Mas enfim, vamos ao que ineressa...Agora vamos ao meio! Não era pôr-do-sol, ou uma noite linda de luar. Era pleno meio dia, estavam voltando para casa provavelmente depois de um dia de aula. As condições climaticas do meio eram favoráveis, sol a uma sensação térmica bastante agradável, um vento que os tocava de maneira serena balançando os cabelos escuros dela, que iam de encontro ao rosto dele delicadamente. Agora vamos a introdução da análise...



Felipe e Júlia são um recém casal, ele a pediu em namoro tem menos de um mês, suas emoções estão intensas e amplificadas. Brincam de uma forma bastante carinhosa, o encontro dos olhares são frequentes e fundamentais para transmitir a segurança e a certeza de que um poderá contar com o outro dalí para a frente. Felipe olhou para Júlia, (voltando ao olhares), ele olha para ela, dentro do sincero olhar daquela menina, e daí então, ele teve certeza de que ela realmente era feliz, ela estava feliz com ele, o que por sua vez, também o deixou feliz. Felipe decidiu retribuir o doce olhar de Júlia segurando de forma meiga seu rosto, e em um gesto impossivel de descrever sensações em palavras, a toca de maneira aveludada os lábios, como se aquele fosse seu ultimo beijo, porém que irá eternizar o momento. As bochechas de Júlia logo ficaram rubras e quentes, e por timidez apenas ela desvia seu olhar, e entra em um lindo frenezi causado pelo beijo mais perfeito de dua vida. Atrás do casal se encontra um canal (local onde o mar desemboca), o sol toca as águas do canal refletindo toda a sua pureza... O casal vira de frente um para o outro novamente, Felipe se vira de frente para o canal, e ao ver Júlia faz a mesma coisa. A partir desse momento começa o climax. O silêncio dos dois fazem as mãos procurarem uma a outra, e apesar de tantos olhares trocados, a intimidade do beijo, o ato de segurar as mãos ainda era gerador de uma intensa timidez. Era o ato que fazia Felipe perder as palavras e começar a gaguejar, e fazia Júlia sentir um frio no estômago que a tomava em dormencia por inteiro e os joelhos tremerem a ponto de quase faze-la desfalecer de tanta timidez. Os dedos começaram a se tocar levemente, mas ainda assim se distânciavam, eram como esquilos em suas árvores tranquilos que ao ouvirem um barulho incomum, rapidamente escondiam-se em suas tocas, assim eram os dedos. E a medida que os dedos iam se tocando, eles iam perdendo a timidez, e como um ato de cortejar a amada, eles começaram a se acariciar levemente com toques suaves, como uma valsa da meia noite, mas ainda assim se soltavam novamente, porque mesmo pouco, ainda sentiam timidez. Até que Felipe em um ato de coragem e determinação, tomou por completo a mão de Júlia, e os dedos se abraçaram e se envolveram em uma linda canção de bolero, como um tango que acabará de começar. E mesmo depois das mãos dadas, os polegares se acariciavam de forma romantica a mão um do outro, como se fosse uma eterna despedida, que na verdade despedida nenhuma houvera. Com aquele gesto de uma sinfonia, eles concluiram que um era do outro, e que nada mais importava naquele momento, pois Júlia podia tanto sentir o calor da mão de Felipe que a envolvia quanto ele o dela. E com o poder da mente poderei eternizar aquela cena até o dia em que minha memória permitir. Até que chegou o momento em que o motorista fechou as portas do ônibus, e ele lentamente foi partindo, deixando cada vez mais longe a cena mais perfeita não do mundo, mas sim daquele momento, daquele dia, daquela hora, daquele lugar. Foi como um espetáculo em um grande teatro onde o Ato terminava com um lindo beijo, e a peça que te envolveu por uma hora deixava em sua boca a sensação que estava acabando, e que ao sair dalí tudo voltaria a normalidade, e a imagem do casal era apagada com as grandes cortinas vermelhas de veludo fechando aos poucos...Assim foi minha partida, minha silenciosa despedida do casal Felipe e Júlia.






"nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá,
o fim dela ninguém sabe ao certo onde vai dar...
vamos todos numa linda passarela, de uma aquarela,
que um dia enfim descolorirá..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário